27 fevereiro 2014

Caixa: classificado em 2012 dá dicas para candidatos deste ano

A conquista da estabilidade é o sonho de todo concurseiro! Correto? Nem sempre, nem sempre, pode acreditar... Quer ver só? Não foi esse o motivo que levou João Junio Filadelfo de Carvalho, de 24 anos, a cansar-se da iniciativa privada e apostar as fichas profissionais na carreira pública. Foi algo muito pessoal, que diz respeito inclusive ao seu comportamento social. "Ao contrário de muitos, a estabilidade nunca foi algo que me chamou atenção nos concursos, embora eu a considere um fator ponderável. Em um primeiro momento, o que me motivou a fazer concursos foram a objetividade e a transparência dessas seleções. A sensação de que o resultado dependeria fundamentalmente do meu esforço e dedicação é o que mais me atraía. Além disso, eu tinha muita dificuldade em me expressar e causar uma boa primeira impressão nas entrevistas de emprego. Fiz tantos processos seletivos para estágio que até perdi a conta. Vi nos concursos uma forma de demonstrar o meu potencial".

E assim aconteceu. O jovem passou a dedicar-se às provas. De início, inscreveu-se em quatro seleções. Conseguiu aprovação em algumas delas. Não obteve grande êxito em investidas na Transpetro. Chegou a ser classificado num concurso para a prefeitura de Armação de Búzios - mas não pode assumir o cargo de administrador pois, na época, ainda não havia concluído a faculdade de Administração de Empresas. "Antes desses, meu primeiro concurso fora para o cargo de agente administrativo para a Prefeitura de Cabo Frio. Na época, eu trabalhava de garçom no bar do meu tio para comprar os livros da faculdade. Eram 209 vagas. Fiquei em 12° lugar. Foi aí que eu vi que era possível passar. Vi que a aprovação em um concurso público não era coisa de outro mundo como muitos pregam. Na época, eu tinha 19 anos", conta. A sorte lhe sorriu por completo, então, em 2012. João participou do concurso para técnico bancário aberto pela Caixa Econômica Federal naquele ano. Foi o primeiro colocado no polo RJ-Niterói e também o primeiro no Macropolo RJ–Interior.
 
"Aquela foi uma situação muito curiosa, pois eu não planejava fazer o concurso da Caixa de 2012. Na época eu era estagiário em um resort em Búzios/RJ e existia a expectativa de efetivação quando eu completasse um ano de trabalho. Ao final desse período, fui informado que não daria para ser contratado como funcionário, mas eles gostariam que eu continuasse como estagiário. Frustrado, recusei a proposta, peguei o dinheiro do meu último mês de estágio e me matriculei em um cursinho preparatório. Isso num prazo de 60 dias antes da prova", recorda ele, que hoje reside em Arraial do Cabo, na Região do Lagos, e trabalha no município vizinho de Araruama. As cidades ficam a pouco mais de 50km uma da outra. A pedido da FOLHA DIRIGIDA, O rapaz relembra como foi sua preparação. E dá algumas dicas de estudo para os inscritos no atual concurso da Caixa.

"Com o término do estágio, eu pude me dedicar quase que exclusivamente à minha preparação. Eu fazia cursinho de tarde. Então, na parte da manhã estudava a matéria sobre a qual teria aula naquele dia. Depois do curso eu ia para a universidade e no dia seguinte a rotina se repetia. Como fazia Administração, tinha bastante familiaridade com alguns assuntos cobrados na prova, como Matemática Financeira, Mercado Financeiro e de Capitais (os chamados Conhecimentos Bancários), além de Marketing (na área de Atendimento). Logo, me dediquei mais às matérias de Português, Ética, Legislação Específica, Informática e História da Caixa". Vale lembrar que, cobradas em 2012, as duas últimas disciplinas citadas por João Filadelfo não fazem parte do edital do concurso em curso.

"O principal fator para a minha aprovação foi a quantidade de provas anteriores que eu resolvi. Acho que fiz praticamente todas as provas que encontrei na internet de concursos já feitos pela Caixa Econômica. A boa notícia é que não existe segredo... Basta fazer questões e mais questões até as respostas começarem a saltar aos olhos. O nível desejável é quando o candidato pega uma questão de prova anterior e diz: 'mas isso é muito óbvio, não deve cair assim na minha prova'. Por isso, minhas dicas são basicamente duas. Primeiro: façam questões e mais questões e então, a partir delas, principalmente das que forem fontes de dúvidas, procurem o respectivo referencial teórico. Normalmente nós revisamos o conteúdo apenas das questões que erramos, esquecendo que algumas das que acertamos o fizemos com dúvidas. O ideal seria revisar todas, exceto aquelas em que o conteúdo cobrado já está bem enraizado. A segunda dica é não subestimar nenhuma matéria que será cobrada. Estudem todas. Logicamente, em maior grau aquelas que possuem maior peso na pontuação final ou dificuldade, mas não deixem nenhuma para trás. É comum o candidato ver com desdém o conteúdo de Ética e Atualidades, por exemplo. Lembre-se: uma única questão pode ser a responsável pela sua não aprovação".

Como incentivo aos que estão no campo de batalha para o ingresso na Caixa, João diz em quais aspectos a aprovação no concurso mudou a sua vida. "A independência financeira foi minha primeira conquista. Em relação à Caixa Econômica, desde a minha admissão eu guardo de 30% a 60% do meu salário. Já juntei o bastante para a minha pós-graduação, só estou esperando o momento certo para começar a cursá-la. Agora minha meta é reformar a casa da minha mãe", revela o rapaz, que não descarta a possibilidade de vir a participar de outras seleções públicas. Embora faça questão de ressaltar que está realizado na instituição. O relato das funções que já desempenhou confirma o quanto é dinâmica a carreira dos que lá ingressam.

"Na Caixa eu comecei no atendimento à pessoa física. Nunca tinha trabalhado em um banco e para mim, num primeiro momento, foi assustadora a diversidade de tarefas desenvolvidas no dia-a-dia, indo desde uma simples abertura de conta à utilização do FGTS para abater prestações de um financiamento habitacional, passando por renegociação de dívidas, avaliação de crédito, FIES, venda de seguros, previdência, habilitação de seguro imobiliário e muito mais. Só a área habitacional é um mundo de conhecimentos. Depois eu fui para o atendimento social, parte que abrange basicamente assuntos relacionados ao FGTS, PIS, seguro desemprego e bolsa família. E agora estou saindo do atendimento e indo para o que chamamos de retaguarda. Este setor funciona como um backoffice da agência, cuidando basicamente do cumprimento de normas legais e regulamentares das operações desenvolvidas nos seguimentos pessoa física, pessoa jurídica e social (atividades de compliance). Estou muito animado com essa recente mudança".

É grande a possibilidade de João Filadelfo seguir carreira na Caixa Econômica. "Aqui dentro existem inúmeras possibilidades para os mais diversos perfis. Mas eu sigo estudando para outros concursos, mais especificamente para a Petrobras e subsidiárias. Estou estudando para o cargo de Administrador Jr. Faço um curso preparatório há pouco mais de um ano, sempre aos finais de semana, na cidade do Rio de Janeiro. Como moro no interior, tenho que sair de casa às 4h20, retornando apenas às 22h. Apesar de sacrificante, estou motivado com a possibilidade de um bom edital para o final de 2014, início de 2015". É com toda essa disposição e otimismo que ele deixa os votos finais para os milhares de inscritos no atual concurso da Caixa. "Desejo foco, disciplina e persistência a todos. Vale a pena, agora na reta final, se sacrificar um pouco mais, se for mesmo este o seu sonho. Ainda que você fique lotado distante de casa, ou em uma área que não possui o seu perfil, a Caixa proporciona inúmeras possibilidades de atuação e lotação aos funcionários. Sucesso a todos!", concluiu.

Fonte; Folha Dirigida

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